Notícia
Ação Outubro Rosa - Storie Premiado


Para fechar o mês de outubro, que é dedicado a prevenção do câncer de mama, vamos compartilhar a história da Francine Reigota, mãe da nossa aluna Lavínia.

“Vou te contar por aqui um pouquinho da história da minha mami! 
 
Começo escrevendo que minha mami é a dona do sorriso mais lindo e contagiante do mundo todo!!!  Ela era otimista, carinhosa e acolhedora. Foi mãe bem cedo (ficou grávida aos dezessete anos) mas sempre exerceu com maestria a maternidade, praticando a criação neurocompatível e com apego, apesar desses termos não serem tão comentados na época (exemplo que eu tento seguir no meu dia-a-dia coma Lavínia).
 
Ela, muito responsável, costumava passar por consulta médica regularmente, prezava pela sua saúde, mas no ano de 2014 descobrimos que eu estava com um tumor (benigno) no cérebro e que precisava tratar, e ela então como uma mãe leoa que sempre foi, depositou toda sua energia, atenção e cuidado em mim, e se deixou em segundo plano. Em 2015 precisei passar por uma cirurgia para retirada desse tumorzinho, foram momentos bem delicados, mas que passamos e vencemos pela misericórdia de Deus!
 
No início de janeiro de 2016, como eu já estava bem, minha mãe foi se consultar com médico ginecologista que a encaminhou para mastologista e foi então que tivemos o diagnóstico que ela estava com câncer de mama. O tumor (maligno) já estava ali crescendo tinha um tempinho, mas como ela não passou em consulta de rotina em 2014 nem em 2015 não soube do problema precocemente.
 
A partir de então, com 42 anos de idade, começou a luta dela contra esse câncer de mama. Minha mãe foi uma guerreira valente, não abaixou a cabeça diante da prova e enfrentou todas as etapas do tratamento, fez doze sessões de quimioterapia branca com intervalo de sete dias cada (e lá se foram seus lindos cabelos pretos, lisos e brilhantes (acho que essa foi a parte mais triste de todas porque junto com os cabelos ela sentia que sua beleza e feminilidade também estavam indo pelo ralo), depois quatro sessões de quimioterapia vermelha com intervalo de vinte e um dias cada (e junto com ela os seus torturantes efeitos colaterais), vinte e oito sessões (diárias e seguidas) de radioterapia e pôr fim a cirurgia da mama.
 
Alguns meses depois (não me recordo ao certo quanto tempo exato) ela começou sentir muitas dores nas costas e após exames e mais exames descobrimos que ela estava com metástase na coluna lombar e que depois passou pra coluna cervical. Mais uma vez ela foi valente e enfrentou todo o tratamento, passou por todo o processo mais uma vez até que foi perdendo os movimentos e chegou ficar tetraplégica, revezando em cuidados HomeCare e idas e vindas do hospital.
 
Nesse meio tempo nossa casa vivia cheia de amigos, a mesa era sempre farta e o clima era o mais acolhedor possível. Em nenhum momento ela se sentiu sozinha ou desamparada.
 
Ela soube, desde sempre, que Deus a levaria desse mundo ainda jovem. Em conversas corriqueiras comentava como queria que fosse seu funeral, seu caixão, as flores e etc. (me lembro disso desde criança), mas ressaltava em alto e bom som que seu único desejo era conhecer sua neta Lavínia (detalhe que eu nem estava grávida ainda e a minha filhinha já tinha nome rssrsr). Mas Deus preparou que fiquei grávida no tempo certo!!! E por fim, quando a Lavínia completou cinco meses de vida minha mãe disse que estava preparada para ir embora porque Deus já havia cumprido o desejo do seu coração que era de conhecer a Lavínia. E na madrugada do dia 31 de dezembro pro dia 01 de janeiro, as 5h37min minha mami deu seu último suspiro dormindo e descansou nos braços do Senhor com 46 anos de idade. Ela combateu um bom combate, guardou a Palavra de Deus até o fim e creio de alma que ela tem reservada a sua coroa da vida eterna nos céus.
 
Não posso te dizer que não é difícil, porque a dor da saudade só faz aumentar a cada dia e a falta que ela me faz é indescritível, mas ela me deixou por herança o que dinheiro nenhum no mundo todo pode pagar: seu exemplo de força, coragem e amor! 
 
Ela era amor, transbordava amor por onde passava. Foi embora cedo deste mundo porque já nasceu sabendo amar ao próximo como ela mesma e deixou o perfume do bom testemunho da graça de Deus por todos os lugares por onde passou.
 
Posso te dizer que Deus faz tudo perfeito em seu tempo, porque Ele me deu a Lavínia, que é meu motivo de acordar todos os dias de manhã e abrir as janelas para deixar o sol entrar no quarto e começar meu dia!
 
Obs.: Se atente que em nenhum momento disse que minha mãe morreu, porque acredito que morte pra quem serve a Deus é o pecado. Minha mãe dormiu nos braços do Senhor e aguarda a vida eterna nos céus, onde creio que se eu for firme e fiel a Deus como ela foi, um dia vou reencontrá-la!
 
Um abraço fraterno!”
 
 
O texto foi escrito pela Francine Reigota e teve sua divulgação liberada por ela.
 

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