Família, nosso bem mais precioso!

A família pode ser considerada uma das instituições humanas mais antigas e passou por muitas mudanças ao longo do tempo. É na família que, em geral, temos o nosso primeiro contato com o mundo, que aprendemos nossos primeiros valores, lugar em que somos acolhidos, cuidados, amados, que temos nossas primeiras percepções emocionais e cognitivas. A família é o espaço para o desenvolvimento do respeito, da responsabilidade e da solidariedade. Se refletirmos a ideia de família a partir de uma concepção cristã, podemos ampliar nossa reflexão e entender a família como criada por Deus, uma instituição sagrada, responsável também por nos ensinar a fé e os valores cristãos.

Na atualidade, a família vem perdendo seu espaço “sagrado”, suas responsabilidades sociais, culturais e éticas, pois a cada dia se consolida mais o individualismo. A ideia de viver na coletividade, nos sustentando uns nos outros está em declínio. O advento da “modernidade líquida”, conceito desenvolvido pelo filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman, afirma que os valores estão enfraquecidos, que a tecnologia, a partir do uso das redes sociais, se tornaram nosso principal espaço de convívio, que as informações e os conhecimentos são transmitidos de formas muito rápidas, sem nos dar tempo suficiente de assimilarmos quem somos, qual é nosso propósito. Dentro deste contexto, também podemos pensar em vários fenômenos contemporâneos como a globalização, o consumo exacerbado e a competição crescente por poder. Todos esses eventos acabam nos afastando do seio familiar e cresce a sensação de desespero e angústia e a busca de prazer imediato. Famílias desestruturadas têm vínculos efêmeros e são menos comprometidas com a formação do ser humano integro e digno.

Buscar um ponto de equilíbrio torna-se urgente. O afeto que a família nos proporciona é fundamental para nosso desenvolvimento saudável. A família deveria ser nosso principal ponto de apoio, deveria nos preencher de amor e não de escassez. Há um consenso social (constitucional, religioso, cultural, etc.) de que sem a estrutura familiar, de pessoas que cuidem de nós, a chance de nos tornamos pessoas vulneráveis é maior. Por isso, ressignificar nosso “ser no mundo” junto as nossas famílias pode vir a ser, na atualidade, nosso bem mais precioso. Parte inferior do formulário
 
Profa. Edsel Pamplona Diebe
Doutora em Filosofia – UFSM - Rio Grande do Sul e Université de Fribourg – Suiça
Professora de Filosofia, Sociologia e PV – Ensino Médio