O dia de Ação de Graças, comumente celebrado na quarta quinta-feira do mês de novembro, nos Estados Unidos, e na segunda segunda-feira do mês de Outubro, no Canadá, é uma data em que se comemora a “grande colheita”. Para nós, essa colheita simboliza tudo aquilo que conquistamos no âmbito familiar, trabalhista e cotidiano ao longo do ano.
Para os americanos, essa foi a época em que, após o enfrentamento de uma grande batalha no campo religioso, os pais peregrinos – como eram conhecidos os protestantes Ingleses – deixaram seu país em busca de liberdade. Após as Reformas Protestantes, que tiveram início em 1517 com as 95 teses de Lutero, essas pessoas foram incessantemente perseguidas e isso gerou uma ida a um local desconhecido. Assim como Abraão que recebeu um chamado para ir a uma terra prometida, lá estavam eles em uma tarefa parecida.
Chegaram a um lugar totalmente desconhecido, sem casas, apenas com as roupas e pertences que haviam levado. Isso requer muita fé e coragem. Imagine-se você no lugar daquelas pessoas. Como seria? Será que Deus cumpriria sua promessa? Ou seriam eles abandonados?
A verdade é que, ao chegar, esses peregrinos foram recepcionados pelos povos indígenas que ali habitavam. Aprenderam tudo sobre as terras: lidar, plantar, cuidar. Da mesma forma, descobriram como caçar, construíram suas casas, estabeleceram um lar. Após algum tempo, começaram a colher seus frutos. Assim como os descendentes de Abraão chegaram à terra prometida, essas pessoas também puderam obter o resultado de uma promessa.
Ao perceber uma colheita tão grande e tão abastada, foi decidido fazer uma celebração em agradecimento a Deus, o então Thanksgiving. Foi aí que tudo começou. Nessa festa, muitos se reuniram, incluindo os povos originários que foram os responsáveis por ensiná-los a transformar aquele lugar em um lar. Nessa reunião, deram graças por tudo de grandioso e maravilhoso que tinha acontecido. Foram três dias de festa. E, desde então, esse dia é lembrado como o cumprimento da promessa.
Sabendo disso, pensemos no quanto temos a agradecer. Durante quase três anos, estivemos em meio às incertezas. Não sabíamos o que nos aconteceria. Uma pandemia, inúmeras mortes, pessoas perdendo esperanças. Porém, uma promessa tínhamos em mente, assim como os peregrinos, Deus nos levaria a um lugar novo e com abundância de saúde. Em números, capítulo 13 e versículos 32 e 33 diz:
E infamaram a terra que tinham espiado, dizendo aos filhos de Israel: A terra, pela qual passamos a espiá-la, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura.
Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.
Moisés, baseando-se na promessa feita ao seu povo, guia todos a uma terra desconhecida e, assim como Abraão, não duvida da promessa. Porém, ao enviar pessoas para olhar, essas viram apenas as dificuldades e problemas. Da mesma forma, muitos de nós duvidamos de que haveria uma saída. Mas, Josué e Calebe viram além do que os olhos humanos eram capazes de enxergar, eles viram a promessa que Moisés compartilhou com eles e, no versículo 38, do capítulo 14, diz: “Mas Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, que eram dos homens que foram espiar a terra, ficaram com vida”.
E você? Como você está hoje, após chegar ao tão sonhado lugar de paz? Já agradeceu por ter chegado com vida e ter visto a terra prometida? Assim como os peregrinos fizeram, convido você a fazer: Agradeça! Saiba que hoje Deus te dá um banquete de vida e vida com abundância e é necessário reconhecer toda essa riqueza que recebemos.
Me sinto grato, me sinto feliz, mas há necessidade de algo mais. Retribua. Doe tempo, amor, riquezas. Dedique um momento àqueles que não veem uma saída a buscarem a paz interior.
Assim como no primeiro dia de Ação de Graças, divida o que tem com quem não teve uma boa colheita e, dessa maneira, com certeza, estaremos prontos a alcançar a nova terra que nos foi prometida desde a vinda de Cristo: o novo céu e a nova terra. Está escrito, em Filipenses capítulo 3 e versículo 20: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Portanto, sigamos olhando para o céus, dando graças por tudo e compartilhando do amor de Deus.